- 3. MAX
WEBER
ü A
Sociologia do Weber representa a
reviravolta antipositivista;
ü O positivismo buscava estudar a sociedade com
uma explicação de causa e efeito, criando leis e dispensando o particular e o
especial;
ü A crítica dos antipositivistas é que a
sociedade não é um fenômeno externo ao homem, como a natureza;
ü A sociedade é fruto da experiência humana;
ü Assim, o método não pode ser o da explicação,
mas o MÉTODO DA COMPREENSÃO, que busca o SENTIDO e SIGNIFICADO da ação humana;
ü Essa
sociologia inaugura uma maneira de pensar que olha para os indivíduos e aos
valores que eles atribuem às instituições;
ü O mundo humano é feito da experiência humana.
É uma característica da ação humana, sendo objeto da sociologia a ação social;
ü Weber
vê a sociedade do ponto de vista intersubjetivo;
ü A realidade é definida com base no significado
que damos às coisas;
ü Weber
acredita que a razão e a ciência modernas desumanizaram o mundo;
ü Nesse sentido, o autor critica a burocracia e
a técnica;
ü A técnica suprime os valores.
ü AÇÃO SOCIAL – QUESTÃO:
ü 1. Para Weber
a Sociologia tem como objeto de estudo os significados e valores que orientam a
ação e interação entre os indivíduos na sociedade. Comenta-se, abaixo, a
definição weberiana de ação social, e os quatro tipos de ação construídos pelo
autor.
ü AÇÃO
SOCIAL: “Toda conduta humana, ato, omissão ou permissão datada de um
significado subjetivo dado por quem a executa e que orienta essa ação para a
ação de outro”;
ü Trata-se de uma sociologia do ponto de vista
do ator, do significado que os homens atribuem;
ü Os tipos de ação social são divididos em
gradiente, partindo do tipo mais racional para o tipo menos racional;
ü O tema da racionalidade é fundamental para Weber construir os tipos de ação social
e pensar em seus efeitos;
ü Para o autor, a racionalidade é a capacidade
humana de dar sentido à conduta no mundo;
ü Assim, agir racionalmente é agir
significativamente, de maneira consciente quanto aos meios e fins;
ü Quanto mais racionalmente o homem agir mais
ele estará controlando os meios e os fins, pois ele poderá prever as
consequências;
ü Assim, o critério para traçar as ações, da
mais racional para a menos racional, é a consciência.
ü a) AÇÃO SOCIAL EM RELAÇÃO AO FIM:
ü O agente estabelece o objetivo previamente e
adequa os meios necessários para alcançá-lo;
ü O significado da ação está no resultado e nas
consequências;
ü Essa ação é pragmática, utilitária,
instrumental;
ü Nesse tipo de ação, por o objetivo ser o
resultado prático, há uma busca de controle dos resultados o tempo todo;
ü A ação econômica é um exemplo Ca ação social
em relação ao fim.
ü b)
AÇÃO SOCIAL EM RELAÇÃO AOS VALORES:
ü O agente está orientado pelas suas convicções,
isto é, por fins últimos (valores);
ü Nestes casos, o agente pode ser movido por
crenças religiosas, de justiça, de honra, honestidade, beleza;
ü Assim, o indivíduo não é guiado pelas
consequências de sua ação, mas ele busca preservar um valor, ele age em nome de
uma causa;
ü Assim, essa ação é racional porque o ator
conscientemente elege o valor, mas beira a irracionalidade, pois ele não calcula
as consequências;
ü O valor encontra-se acima da realidade e da
consciência prática;
ü Os
líderes revolucionários são um exemplo típico de agentes que realizam esse tipo
de ação social.
ü c)
AÇÃO TRADICIONAL:
ü Segundo
Weber, a ação tradicional
ocorre impensadamente, pois o ator simplesmente tem as situações e não a adequa
aos meios;
ü Não há o estabelecimento consciente de um
objetivo, ou questionamento.
ü d)
AÇÃO AFETIVA:
ü Trata-se
de ações espontâneas e pouco regulares, pois quanto menos racional, menos a
ação é previsível e mais difícil de ser estudada;
ü Assim, o ator não considera nessa ação nem os
meios nem os fins;
ü Para Weber,
a análise da dinâmica social está em observar como essas ações influenciam o
mundo e as consequências.
ü AUTONOMIA DAS BASES VALORATIVAS:
ü Weber
propõe investigar, em um determinado momento histórico, a relação entre a
esfera religiosa e a esfera econômica;
ü Para
Weber, as esferas da vida social são
autônomas e cada esfera possui lógica e de ação distintos;
ü Exemplos: Esfera (motivação); política
(poder); econômica (lucro); religiosa (salvação); artística (beleza); erótica
(prazer).
ü Como cada esfera, tem uma lógica própria.
ü TIPOS IDEAIS – RELAÇÃO ENTRE CAPITALISMO E
PROTESTANTISMO:
ü Weber
procura observar em que momento a esfera religiosa e a esfera econômica se
juntaram;
ü A ação religiosa é tipicamente uma ação que
rejeita o mundo material, mas os países em que o capitalismo mais se
desenvolveu foram os países que passaram pela reforma protestante;
ü Para explicar a relação entre a ética
protestante e o espírito do capitalismo, Weber
nos remete aos tipos ideais;
ü O tipo ideal é um conceito metodológico, que
consiste em enfatizar determinados aspectos da realidade com o objetivo de
diferenciar os fenômenos;
ü Procura determinar quais fenômenos são
relevantes;
ü Não há uma natureza na realidade, nem ele é
uma verdade em si mesma;
ü O conhecimento da realidade passa por
conceitos típicos que o próprio pesquisador cria: “O conhecimento nunca é
neutro”.
ü A ÉTICA PROTESTANTE E O ESPÍRITO DO
CAPITALISMO – QUESTÃO:
ü 2. A
análise weberiana do capitalismo investiu o foco numa dimensão inexplorada pela
explicação materialista marxista: as bases valorativas que teriam dado origem à
conduta econômica tipicamente capitalista. Comentários abaixo sobre as conexões
que Weber estabelece entre o desenvolvimento do capitalismo e a conduta ética
protestante.
ü A
partir da ideia de tipo ideal, Weber
nos apresenta uma caracterização dos tipos ideais do espírito do capitalismo e
da ética protestante:
ü O Espírito do Capitalismo:
ü 1. Dedicação à atividade lucrativa com a não
utilização desse rendimento para prazeres pessoais (a aquisição de cada vez
mais dinheiro como um fim em si mesmo);
ü 2. Baseia-se na obrigação disciplinada e consideração
do trabalho como virtude-poder.
ü Ética Protestante:
ü 1. Afastamento do gozo espontâneo da vida:
rotina metódica de salvação;
ü 2. A ideia de vocação: valoração positiva do
trabalho;
ü 3. Valorização da riqueza.
ü Para Weber,
o capitalismo moderno se caracteriza, não necessariamente pela busca do lucro,
mas pela forma como esse lucro é buscado, ou seja, com base na obrigação
disciplinada do trabalho; na organização do trabalho e de sua produção.
Trata-se de uma atividade racional de controle do investimento;
ü Assim, para o capitalismo se consolidar,
pressupõe duas ações: a) a ideia de poupança; b) a valorização positiva do
trabalho.
ü A ética calvinista cria com a sua teoria uma
afinidade eletiva entre a ética protestante e o espírito do capitalista;
ü Para o autor, o novo significado trazido pela
reforma protestante é o fato de ele trazer uma relação direta entre o indivíduo
e Deus. A salvação passa a ser um bem garantido metodicamente ao indivíduo;
ü A teoria calvinista diz que alguns indivíduos
estão predestinados a ser salvos, e outros não. Assim, o individuo não tem
certeza se é um dos salvos;
ü Considerar-se como salvo é prova de graça e
fé;
ü Uma atividade mundana intensa elimina a
angustia e aumenta a confiança;
ü A riqueza passa a ser algo positivo, que
aumenta as chances de ser salvo;
ü Além disso, dedicar-se ao trabalho significa o
testemunho cristão diante do mundo. (O crente deve ser o mais virtuoso, o mais
disciplinado, pois prova a graça de Deus na sua vida);
ü O trabalho também afasta do gozo espontâneo da
vida (prazeres mundano), assim, a pessoa poderia evitar se perder no mundo;
ü A riqueza é valorizada, mas não deve haver
ostentação dessa riqueza;
ü Ao se submeter a essa ética, o protestante se
submeteu ao espírito do capitalismo, fornecendo uma ética a esse espírito.
ü DOMINAÇÃO:
ü Para o Weber,
o que mantém a ordem social funcionando é a dominação;
ü Para esse autor, identificar os tipos de
dominação é uma tarefa fundamental para a manutenção da ordem social;
ü Weber faz
a distinção entre duas formas de dominação na sociedade:
ü 1. Baseada em interesse próprio: A
possibilidade de um agente influir sobre outro (isso ocorre NE mercado
econômico). Posições de superioridade de determinados grupos em relação a
outros;
ü 2. Baseada em autoridade legítima: o tipo de
dominação que pressupõe um dever de obediência e uma legitimidade de mando
(Ocorre entre o governante e o governado);
ü Weber
está interessado em saber quais são as fontes de legitimidade nessas relações.
ü TIPOS DE DOMINAÇÃO:
TRADICIONAL
|
RACIONAL
– LEGAL
|
CARISMÁTICA
|
Princípio de
Autoridade
Legitimidade:
- Crença que as
pessoas têm no caráter sagrado da tradição.
|
Princípio de
Autoridade / Legal:
- Ordem impessoal
baseada no direito abstrato. Estatuto legal que visa manter a ordem social de
maneira universal.
|
Princípio de
Autoridade:
- Sentimento de que
o líder porta características extraordinárias.
- Dom da Graça
|
Organização
Quadro
administrativo:
- Se dá por meio de
um chefe político que articula uma rede de relações personalizadas
|
Organização:
Burocracia que se
caracteriza pelo quadro impessoal da regra. Avesso de uma organização baseada
em privilégios. Os membros são recrutados em função da sua competência
funcional.
É uma maneira de
padronizar comportamentos.
Busca a eficiência
dos resultados.
Acentua a dimensão
técnica.
|
Organização:
- O grupo de pessoas é ligado
diretamente ao líder.
- Normalmente está fora das estruturas
de dominação constituídas (formas tradicionais e racionais).
- A liderança carismática aponta para
uma mudança histórica.
|
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