Direito Civil Comentado - Art. 613,
614, 615, 616
- Da Empreitada – VARGAS, Paulo S. R.
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Parte
Especial - Livro I – Do Direito das Obrigações
Título VI
– Das Várias Espécies de Contrato
Capítulo
VIII – Da Empreitada
(Art. 610 a 626)
Art. 613. Sendo a empreitada unicamente de Labor (art. 610), se a coisa perecer antes de entregue, sem mora do dono nem culpa dó empreiteiro, este perderá a retribuição, se não provar que a perda resultou de defeito dos materiais e que em tempo reclamara contra a sua quantidade ou qualidade.
Entretecendo-se no Direito Civil – segundo a doutrina de Ricardo Fiuza – comentários ao art. 613, p. 329 apud Maria Helena Diniz Código Civil Comentado: Defronta-se o legislador a regular sobre o perecimento da coisa, antes de sua entrega ao dono da obra, sem ele se achar incurso em mora e inexistindo culpa do empreiteiro. Este, porém, fica obrigado, para efeito de perceber a remuneração devida pela mão-de-obra, a provar a causa do perecimento no fato da quantidade insuficiente ou da má qualidade ou defeito dos materiais usados, e que, a par disso, houve em tempo hábil reclamado sobre tais deficiências.
Reconhecido o direito do empreiteiro em receber a retribuição, porquanto o perecimento tenha resultado dos fatos por ele denunciado sobreleva anotar acerca do valor da remuneração. Na doutrina de Maria Helena Diniz, “se a perda resultou da má qualidade do material, o empreiteiro terá direito à remuneração avençada” (Curso de direito civil brasileiro; teoria das obrigações contratuais e extracontratuais, 16. ed. São Paulo, Saraiva, 2001, v. 3, p. 257). Entenda-se, em minúcia: até o nível em que a obra fora executada (RT, 254/486), o que corresponde à justa retribuição. (Direito Civil - doutrina, Ricardo Fiuza – comentários ao art. 613, p. 329 apud Maria Helena Diniz Código Civil Comentado já impresso pdf 16ª ed., São Paulo, Saraiva, 2.012, pdf, Microsoft Word. Acesso em 04/09/2022, corrigido e aplicadas as devidas atualizações VD).
No lecionar de Marco Túlio de Carvalho Rocha et al, apud Direito.com, nos comentários ao CC 613: A regra res perit domino regula a distribuição dos riscos também na empreitada de lavor. A propriedade dos materiais e do dono da obra. Portanto, nenhuma responsabilidade tem o empreiteiro pela perda da coisa por caso fortuito ou por força maior. Fica, no entanto, sem direito à retribuição, uma vez que a ausência de culpa do dono da obra não permite que este seja obrigado a pagar pelo que não irá receber.
A parte final do dispositivo segue a regra geral de responsabilizar a parte que culposamente impossibilitou o cumprimento do contrato: se os materiais entregues pelo dono da obra não atenderem à qualidade e à quantidade, necessárias ao serviço, a este deve ser imputada a responsabilidade por indenizar os prejuízos sofridos pelo empreiteiro.
Finalmente, o empreiteiro perde o direito de reclamar indenização se, agindo com culpa, deixa de reclamar quanto à desconformidade dos materiais entregues pelo dono da obra. (Marco Túlio de Carvalho Rocha et al, apud Direito.com, nos comentários ao CC 613, acessado em 04/09/2022, corrigido e aplicadas as devidas atualizações VD).
Art. 614. Se a obra constar de partes distintas, ou for de natureza das que se determinam por medida, o empreiteiro terá direito a que também se verifique por medida, ou segundo as partes em que se dividir, podendo exigir o pagamento na proporção da obra executada.
§ 1º Tudo o que se pagou
presume-se verificado.
§ 2º
O
que se mediu presume-se verificado se, em trinta dias, a contar da medição, não
forem denunciados os vícios ou defeitos pelo dono da obra ou por quem estiver
incumbido da sua fiscalização.
Na crítica do relator baseado
no Direito Civil - doutrina, Ricardo
Fiuza – comentários ao art. 614, p. 329 apud Maria Helena Diniz Código Civil Comentado: Observe-se que o empreiteiro pode exigir o pagamento de
parte da execução do seu serviço, se a obra tiver compartimentos separados ou
se for das que podem ser averiguadas por medidas. Tem no primeiro caso a
empreitada de obra de partes distintas, cuja independência equivale a obras
autônomas. No segundo, cuida-se da empreitada ad mensuram, cabendo a entrega parcial da coisa empreitada, segundo
a conclusão da obra, em suas respectivas etapas. O pagamento importa na
presunção da verificação do serviço pelo empreitante, certo que se a
constatação se der por partes da obra e houve o pagamento do serviço que estava
findo, para vistoria, presume-se que ele estava a contento do dono da obra e
com isso o empreiteiro dar por entregue a parte concluída.
Do
mesmo modo, se a obra for de natureza que se determine por medida, existe a
presunção de que o que se mediu, resultou verificado, estando de acordo com a
expectativa do dono da obra, se. em trinta dias, após a verificação, não forem
por ele, ou por quem estiver incumbido da sua fiscalização, denunciados os
vícios ou defeitos que a obra possa apresentar Nesse âmbito, é lapidar a
consideração de Amoldo Waid: “O pagamento da obra faz presumir a verificação da
mesma pelo dono” (Curso de direito civil brasileiro; obrigações e contratos,
14. ed. São Paulo, Revista dos Tribunais, 2000, p. 407).
A jurisprudência tem avaliado a questão, tendo
em’ conta as circunstâncias específicas: “Ação de reparação de danos.
Indenização em razão de descumprimento contratual que deixou a obra inacabada.
Despesas efetivadas para a devida complementação. Recebimento do serviço e seu pagamento. Inconclusa a obra contratada apesar do recebimento total do preço por parte da empreiteira legítima a verba indenizatória objeto da condenação para cobrir os gastos necessários experimentados com outrem para a respectiva complementação. O pagamento antecipado da empreitada não constitui presunção de acerta final, máxime se o recebimento do serviço foi provisório, em razão da inexecução. (Direito Civil - doutrina, Ricardo Fiuza – comentários ao art. 614, p. 329 apud Maria Helena Diniz Código Civil Comentado já impresso pdf 16ª ed., São Paulo, Saraiva, 2.012, pdf, Microsoft Word. Acesso em 05/09/2022, corrigido e aplicadas as devidas atualizações VD).
Na sequência Nelson Rosenvald, apud Código Civil Comentado, comentários ao
art. 614, p. 638-639, leciona com maior amplitude: “Já
observamos que a empreitada pode assumir as espécies de lavor ou mão de obra e
de material ou mista. Os três dispositivos precedentes acentuam as
consequências da opção por uma ou outra espécie de empreitada”.
Para além, existem outras espécies de
empreitada: a) por preço certo - as partes estipulam uma remuneração fixa para
a realização da obra. O valor é determinado em atenção à obra como um todo, sem
considerar o fracionamento da atividade ou o fato de o preço ser pago
parceladamente ao empreiteiro. Não a descaracteriza a fixação de reajustamento,
em razão de variação no preço final diante de acréscimos no custo da mão de
obra ou dos materiais; b) por medida - aqui há um fracionamento da obra,
considerando-se as partes em que ela se divide. A remuneração do empreiteiro é
paga de acordo com a conclusão das medidas satisfeitas; c) por administração -
o empreiteiro será remunerado segundo um percentual a ser aplicado sobre os
valores alocados na obra. Ele será o administrador da obra e sua principal
função consistirá em obter os melhores preços de materiais e mão de obra,
reduzindo os custos do dono da obra.
O dispositivo em leitura contempla a modalidade
da empreitada por medição, na qual se condiciona o pagamento do empreiteiro ao
cumprimento de etapas de execução dos serviços, e não por ocasião da entrega da
obra acabada. A título ilustrativo, na construção de dez chalés em um lote,
pode o proprietário remunerar o empreiteiro ao cabo da conclusão de cada uma
das habitações, sem ter em vista o conjunto da obra.
Aqui a obrigação se torna divisível, pois à
medida que o cronograma vai sendo cumprido o empreiteiro adquire direito
subjetivo ao recebimento das prestações parciais, sob pena de paralisação do
restante do serviço enquanto não houver retribuição (art. 476 do CC), além do
nascimento da pretensão ao recebimento do crédito, conforme a natureza do
título (cobrança, monitoria, execução).
Infere-se da letra do § Iº que o pagamento é
contemporâneo à verificação, estabelecendo uma presunção de regularidade
daquela etapa concluída, em razão do contentamento do dono da obra. Porém,
cuida-se de presunção relativa pela própria leitura do § 2º. Afinal, na data da
medição nasce o prazo decadencial de trinta dias para o dono da obra exercer o
direito potestativo de denunciar os vícios ou defeitos da coisa, sejam eles
ocultos ou aparentes. Aqui é excepcionada a regra geral do art. 445 do Código
Civil acerca da contagem do prazo para a verificação dos vícios redibitórios.
Duas observações avultam: uma é que a diluição da possibilidade de reclamação dos vícios não exclui o prazo de garantia a que alude o art. 618 do Código Civil; a segunda é que, tratando-se de empreitada submetida às regras do Código de Defesa do Consumidor, há que aplicar a especial disciplina quanto aos vícios dos produtos (arts. 18 e ss. Lei n. 8.078/90). (Nelson Rosenvald, apud Código Civil Comentado, comentários ao art. 614, p. 638-639, apud Doutrina e Jurisprudência: Lei n. 10.406, de 10.02.2002. Coord. Cezar Peluso – Vários autores. 4ª ed. rev. e atual. - Barueri, SP: Manole, 2010. Acessado em 05/09/2022, corrigido e aplicadas as devidas atualizações VD).
De modo habitual, como observa
Marco Túlio de Carvalho Rocha et al, apud
Direito.com, nos comentários ao CC 614: Em obras de grande porte é
comum que a remuneração do empreiteiro seja paga conforme o desenvolvimento dos
trabalhos. Medição é o termo que designa a aferição do desenvolvimento da obra
ao fim de cada etapa prevista para o pagamento da retribuição.
O dispositivo
assegura ao empreiteiro este direito mesmo que o contrato nada disponha a este
respeito. É forma de caráter supletivo, podem as partes dispor em sentido
contrário.
O parágrafo 1º faz
presumir a verificação de tudo o que tiver sido pago. O parágrafo 2º estabelece
o prazo decadencial de 30 dias para que o dono da obra reclame por vícios ou
defeitos da obra.
Se o efeito
existente não for manifesto, não há óbice para que o dono da obra reclame, a
partir do momento em que vier a ser conhecido.
Art. 615. Concluída a obra de
acordo com o ajuste, ou o costume do lugar o dono é obrigado a recebê-la.
Poderá, porém, rejeitá-la, se o empreiteiro se afastou das instruções recebidas
e dos planos dados, ou das regras técnicas em trabalhos de tal natureza.
Chega a ser um dispositivo proforme, haja vista o Direito Civil - doutrina, Ricardo Fiuza – comentários ao art. 615, p. 330 apud Maria Helena Diniz Código Civil Comentado apontar: “A doutrina sustenta que a receptividade da obra não exclui, ao sal dono, o direito de pleitear a correção dos defeitos que forem, no futuro, evidenciados (vícios ocultos) Em exigir a indenização cabível isto porque o empreiteiro de materiais e execução responde pela solidez e segurança do trabalho, segundo o prazo de garantia (art. 618)”. (Direito Civil - doutrina, Ricardo Fiuza – comentários ao art. 615, p. 330 apud Maria Helena Diniz Código Civil Comentado já impresso pdf 16ª ed., São Paulo, Saraiva, 2.012, pdf, Microsoft Word. Acesso em 05/09/2022, corrigido e aplicadas as devidas atualizações VD).
Aqui, na balada de Nelson Rosenvald, apud Código Civil Comentado, comentários ao art. 615, p. 639-640, sabe-se: “Nesse instante tratamos dos efeitos do contrato de empreitada. Na qualidade de contrato bilateral, no qual surgem obrigações para ambas as partes, cumprirá ao dono da obra aceitá-la conforme o ajustado inicialmente entre as partes, desde que o empreiteiro não tenha se olvidado de atender às especificações técnicas ou às instruções por aquele ministradas”.
De
fato, o dono da obra não receberá um trabalho perfeito quando investir toda a
sua confiança em um profissional e receber algo que não se ajuste às suas
legítimas expectativas, afrontando os termos do contrato.
“Ao
estudarmos a mora, lembramos o leitor que o perfeito cumprimento da obrigação
não se prende apenas ao tempo da entrega, mas também ao lugar e ao modo de sua
execução (art. 394 do CC). A quebra dos critérios técnicos pelo empreiteiro
importa na justa causa do dono da obra em recusar a prestação, diante da
incorreção na forma da execução da obrigação. Assim, se o autor de uma obra
intelectual entrega o livro à editora no tempo ajustado, mas ignora os padrões
ajustados para a confecção do livro, poderá a empresa recusar o seu recebimento
até que as alterações sejam perfeitamente realizadas. Em suma, a mora será
imputável ao empreiteiro, com as consequências aludidas no art. 399 do Código
Civil.
Lembramos que, nos contratos
de empreitada de construções, se o dono da obra a aceitar apesar da infração às
normas técnicas, não se elide a garantia pela solidez e segurança do trabalho,
à luz do disposto no art. 618 do Código Civil. (Nelson Rosenvald, apud Código
Civil Comentado, comentários ao art. 615, p. 639-640, apud Doutrina e Jurisprudência: Lei n.
10.406, de 10.02.2002. Coord. Cezar Peluso – Vários autores. 4ª ed. rev. e
atual. - Barueri, SP: Manole, 2010. Acessado em
05/09/2022, corrigido e aplicadas as devidas atualizações VD).
No comentário ao artigo 615 do CC,
Rodrigo Otávio Coelho de Souza, em artigo publicado há 4 meses no site Jusbrasil.com, intitulado “Breve abordagem ao contrato de empreitada”
posiciona: “Ajustada a empreitada ad mensuram, esta tem
a fundamental importância para estabelecer previamente um cronograma de obras,
bem como a metodologia para aferição dos serviços prestados e sua aprovação.
Daí a importância das medições de constatação, pois "recebida a obra
como boa e perfeita, nenhuma reclamação poderá ser posteriormente formulada por
quem encomendou, a menos que se trate de vícios ocultos ou redibitórios, que
evidentemente não ficarão cobertos pelo simples ato de recebimento"'.
Decorridos 30 (trinta) dias contados da medição, sem que haja, por parte
do contratante (comitente) denúncia sobre vícios ou defeitos, presumem-se
verificados os serviços realizados, fazendo o empreiteiro jus ao pagamento
daquela etapa.
Concluída a obra, é dever do comitente recebê-la, somente podendo
rejeitá-la caso se comprove que o empreiteiro se desviou dos projetos ou das
instruções e orientações técnicas para a consecução da obra (art. 615 do CC).
Portanto, finda a obra, se o empreiteiro a realizou de acordo com as orientações e os projetos que lhes foram entregues, e o resultado prometido foi alcançado, não pode o dono se negar a recebê-la e a pagar o preço ajustado. (Rodrigo Otávio Coelho de Souza, em artigo publicado há 4 meses no site Jusbrasil.com, intitulado “Breve abordagem ao contrato de empreitada”, comentários ao art. 615, acessado em 05/09/2022, corrigido e aplicadas as devidas atualizações VD).
Art. 616. No caso da segunda parte do artigo antecedente, pode, quem
encomendou a obra, em vez de enjeitá-la, recebê-la com abatimento no preço.
O relator, em defesa do Direito
Civil - doutrina, Ricardo Fiuza – comentários ao art. 616, p. 330
apud Maria Helena Diniz Código Civil
Comentado, sugere cogitar a norma: “do emprego analógico do que concerne à
faculdade prevista no Art. 442, no tocante aos vícios redibitórios. O abatimento
do preço atenderá, sem dúvida, em sua expressão econômica, ao necessário das
despesas com a correção dos defeitos de execução, servindo para adequar a obra
ao plano inicialmente previsto e ajustado”.
Assistindo ao dono da obra, desde que a empreitada tenha se afastado das instituições fornecidas, dos pianos dados ou das regras técnicas, recebê-la com o abatimento do preço, uma vez não exercendo a faculdade e não a rejeitando, ocorre o recebimento tácito e definitivo do serviço, caso em que os vícios de natureza aparente, facilmente verificáveis, ficarão inteiramente cobertos pelo ato do recebimento, pondo fim a toda responsabilidade do empreiteiro. Neste sentido: (Vide PT. Cível, rel. Des. Cândido Colombo, Ap. Cível 1.761-DF, DJ de 22-3-1971. (Direito Civil - doutrina, Ricardo Fiuza – comentários ao art. 616, p. 330 apud Maria Helena Diniz Código Civil Comentado já impresso pdf 16ª ed., São Paulo, Saraiva, 2.012, pdf, Microsoft Word. Acesso em 05/09/2022, corrigido e aplicadas as devidas atualizações VD).
Em defesa do legislador, consagrando o dispositivo em pauta Nelson Rosenvald, apud Código Civil Comentado, comentários ao art. 616, p. 640: Em complemento ao dispositivo anterior, o legislador concede uma segunda opção ao dono da obra: em vez de desconstituir a relação jurídica, poderá ficar com a coisa e pleitear o abatimento proporcional no preço em razão do descumprimento das instruções e normas técnicas. Cuida-se de uma modalidade de ação estimatória (quanti minoris), conforme o enunciado no art. 442 do Código Civil, porém alheia à disciplina dos vícios redibitórios”.
“Em
princípio, os arts. 615 e 616 concedem ao dono da obra o direito potestativo de
imposição ao empreiteiro de qualquer uma das medidas - redibição ou abatimento
-, sem que este possa se opor à decisão adotada. Todavia, entendemos que, em se
tratando de uma reduzida infração às regras técnicas, a opção pelo desfazimento
do contrato se converterá em medida desproporcional diante do inadimplemento
mínimo (adimplemento substancial) do empreiteiro. A nosso viso, poderá então o
magistrado aplicar a teoria do abuso do direito (art. 187 do CC), para limitar
o exercício do direito potestativo do dono da obra, no sentido de estabelecer
uma pequena redução no preço da empreitada em atenção às peculiaridades do
caso, sem, contudo, se impor a resolução do contrato, aplicando-se o princípio
da conservação do negócio jurídico. (Nelson Rosenvald, apud Código
Civil Comentado, comentários ao art. 616, p. 640, apud Doutrina e Jurisprudência: Lei n. 10.406, de 10.02.2002. Coord.
Cezar Peluso – Vários autores. 4ª ed. rev. e atual. - Barueri, SP: Manole,
2010. Acessado em 05/09/2022, corrigido e aplicadas
as devidas atualizações VD).
Por fim, lecionando Rodrigo
Otávio Coelho de Souza, em artigo publicado há 4 meses no site Jusbrasil.com, intitulado “Breve abordagem ao contrato de empreitada”,
comentários ao art. 616 conclui: Portanto, finda a obra, se
o empreiteiro a realizou de acordo com as orientações e os projetos que lhes
foram entregues, e o resultado prometido foi alcançado, não pode o dono se
negar a recebê-la e a pagar o preço ajustado.
A recusa sem justo motivo dá ensejo à constituição em mora, possibilitando ao accipiens a consignação
judicial da coisa e a cobrança da contraprestação ajustada. A recusa será
lídima, entretanto, nas seguintes hipóteses elencadas por Washington de Barros
Monteiro:
a) se o empreiteiro se afastou do plano ou das instruções ministradas; b) se, na falta de plano ou de
Instruções específicas, arredou-se das regras da arte ou do costume do lugar,
apresentando obra defeituosa e impeditiva de uso regular; c) se empregou materiais de segunda ou de má qualidade; d) se não entregou a obra no tempo
contratado.
O empreiteiro não poderá alegar que seu objetivo foi obter coisa melhor,
pois o credor de coisa certa não pode ser obrigado a receber outra, ainda que
mais valiosa (Código Civil, artigo 313).
O comitente ao invés de rejeitar o recebimento da obra poderá pleitear do
empreiteiro o abatimento do preço, caso se constatem vícios ou irregularidades
na execução da obra, conforme permite do artigo 616 do Código Civil.
Caso se estipule que os materiais da obra serão fornecidos pelo comitente, o empreiteiro será obrigado a reparar os danos que der causa, em razão da sua imperícia ou negligência no seu manuseio ou utilização. (Rodrigo Otávio Coelho de Souza, em artigo publicado há 4 meses no site Jusbrasil.com, intitulado “Breve abordagem ao contrato de empreitada”, comentários ao art. 616, acessado em 05/09/2022, corrigido e aplicadas as devidas atualizações VD).