Direito Civil
Comentado - Art. 679, 680, 681
- Das
Obrigações do Mandante –
VARGAS, Paulo S. R.
- vargasdigitador.blogspot.com
digitadorvargas@outlook.com
Parte
Especial - Livro I – Do Direito das Obrigações
Título VI
– Das Várias Espécies de Contrato
Capítulo
X – Do MANDATO – Seção III –
Das
Obrigações do Mandante
(Art. 675 a 681)
Art. 679. Ainda
que o mandatário contrarie as instruções do mandante, se não exceder os limites
do mandato, ficará o mandante obrigado para com aqueles com quem o seu
procurador contratou; mas terá contra este, ação pelas perdas e danos
resultantes da inobservância das instruções.
Segundo a regra geral do Direito Civil - doutrina, Ricardo Fiuza – comentários ao art. 679,
p. 364, apud Maria Helena Diniz Código Civil Comentado, o mandante pode sofrer ação direta promovida por
terceiros com que o mandatário contratou, cedo que ao primeiro compete honrar
todas as obrigações pelo segundo contraídas, no limite dos poderes a este
conferidos no mandato, salvo nas situações já dissecadas anteriormente. Tudo
isso porque, como já ressaltado à saciedade, o mandatário age em nome e sob
responsabilidade do mandante, que assume responsabilidade de modo pleno, absoluto,
desde que contraída pelo mandatário nos termos do mandato.
Ainda que o mandatário desatenda às
instruções ministradas pelo mandante, mas com essa insurgência não exorbite os
limites do mandato, o segundo ficará vinculado ao cumprimento da avença, inclusive
para com quem o primeiro contratou ressalvando-lhe, todavia, o direito de
ajuizar ação regressiva contra o mandatário, almejando o ressarcimento por
perdas e danos, resultantes da desobediência às reportadas instruções.
Em verdade, esse axioma origina-se do respeito ao princípio da segurança jurídica, no interesse de manter a estabilidade das relações jurídicas, sejam elas mercantis, sejam civis. É que os terceiros negociantes com o mandatário apenas conhecem os termos do mandato, não podendo, por absoluta impossibilidade material, ficar vinculados às regras extras ministradas pelo mandante ao mandatário, justamente por não conhecerem sequer seu conteúdo, quanto mais sua extensão.
Neste particular, impõe-se colher insumo do insuperável Orlando Gomes, quando averbava: “à atuação exorbitante não se identifica a atuação contrária às instruções. Se o mandatário não as observa o terceiro não será prejudicado, por isso que a infração não exonera o mandante de satisfazer as obrigações contraídas, se os poderes não forem excedidos. Como as instruções participam apenas da relação interna, o mandante terá ação contra o mandatário somente pelas perdas e danos resultantes de sua inobservância” (Contratos, 8. ed., Rio de Janeiro. Forense, 1981, p. 419). (Direito Civil - doutrina, Ricardo Fiuza – comentários ao art. 679, p. 364, apud Maria Helena Diniz Código Civil Comentado já impresso pdf 16ª ed., São Paulo, Saraiva, 2.012, pdf, Microsoft Word. Acesso em 30/09/2022, corrigido e aplicadas as devidas atualizações VD).
Segundo apreciação de Cláudio Luiz Bueno de Godoy, apud Código Civil Comentado, comentários ao art. 679, p. 694, apud Doutrina e Jurisprudência: A regra do dispositivo, repetida em relação ao que se continha no anterior Código, vem exatamente ao encontro do quanto já se expendeu nos comentários ao art. 662, supra, em particular da diferenciação, que se efetuou, entre falta ou excesso e abuso de poderes. Se a falta ou o excesso de poderes não vincula o mandante, diversa é a situação quando, nos limites dos poderes outorgados, age o mandatário contra, em conflito com os interesses do mandante, mesmo assim vinculado, malgrado com pretensão reparatória contra o outorgado.
Da mesma forma, no artigo em comento, prevê-se que se o mandatário contraria instruções do mandante, mas sem extravasar os poderes que lhe foram outorgados, age vinculando-o, a despeito de se ressalvar a mesma postulação ressarcitória mencionada. Isso porquanto, a rigor, tende-se a preservar a situação do terceiro de boa-fé que negocia com o mandatário o qual, enfim, atua nos limites dos poderes que lhe foram outorgados e que são conhecíveis por aquele com quem trata. Pressupõe-se, destarte, que as instruções tenham se circunscrito à relação interna entre mandante e mandatário, por isso inoponíveis ao terceiro, o qual, assim, possui amplo direito de exigir do mandante a obrigação que, em seu nome, tenha sido assumida pelo mandatário, sempre garantido regresso ressarcitório. Porém, por idênticos motivos, se o terceiro conhecia ou devia conhecer a desobediência às instruções do mandante, portanto faltando-lhe boa-fé, entende-se incidir a mesma consequência anulatória referida nos comentários ao art. 662 e prevista no art. 119 do Código Civil. Em diversos termos, nesta última situação mancará, justamente, o elemento axiológico que dá sustento à regra do artigo vertente. Não se compadece o sistema, e a eticidade que se quer a ele inerente, com a atuação de má-fé de terceiro que sabe, ou deveria saber, que o mandatário, mesmo nos limites dos poderes outorgados, age em desacordo com as instruções recebidas do mandante, em nome de quem, na pressuposição do Código Civil, como já se viu (ver comentário ao art. 653), assume obrigação. Por isso que a regra da norma presente deve concernir à situação do mandatário que alua nos lindes dos poderes outorgados, contra as instruções recebidas do mandante, o qual mesmo assim se vincula perante terceiro, desde que de boa-fé, então apenas se garantindo ao mandante, ação contra o mandatário, pelas perdas e danos que a inobservância das instruções lhe tenha provocado. (Cláudio Luiz Bueno de Godoy, apud Código Civil Comentado, comentários ao art. 679, p. 694, apud Doutrina e Jurisprudência: Lei n. 10.406, de 10.02.2002. Coord. Cezar Peluso – Vários autores. 4ª ed. rev. e atual. - Barueri, SP: Manole, 2010. Acessado em 30/09/2022, corrigido e aplicadas as devidas atualizações VD).
No entendimento de Luís Paulo Cotrim Guimarães e Samuel Mezzalira et al, apud
Direito.com, nos comentários ao CC 679: O mandato pode conter, além
dos poderes, instruções. Os poderes são expressos a fim de que possam ser
conhecidos por aqueles junto a quem o mandato deva ser exercido. As instruções
costumam remanescer no âmbito da relação entre mandante e mandatário e,
portanto, nenhum valor tem em relação a terceiros.
Se A outorga poderes a B
para a venda de determinado bem, B
dará conhecimento de tais poderes a C
com quem pretende contratar em nome de A.
Na mesma situação, pode ocorrer que a estabeleça um preço mínimo, abaixo do qual B não poderá realizar o negócio, embora mantenha o intuito de vender a C por preço maior. Nessa circunstância, o limite estabelecido por A, a B é uma instrução. Se B vender a C por valor inferior ao mínimo estabelecido por A, este ficará vinculado, pois a fixação de preço mínimo não foi estabelecida como limitação aos poderes do mandato, mas como instrução. Embora o negócio com C vincule A, B deverá ressarcir a A os prejuízos causados por ter violado a instrução. (Luís Paulo Cotrim Guimarães e Samuel Mezzalira et al, apud Direito.com, nos comentários ao CC 679, acessado em 30/09/2022, corrigido e aplicadas as devidas atualizações VD).
Art. 680. Se o mandato for outorgado por duas ou mais pessoas, e para negócio comum, cada uma ficará solidariamente responsável ao mandatário por todos os compromissos e efeitos do mandato, salvo direito regressivo, pelas quantias que pagar, contra os outros mandantes.
Distinguindo no Direito Civil - doutrina, Ricardo Fiuza – comentários ao art. 680, p. 365, apud Maria Helena Diniz Código Civil Comentado: Se fixarem vários outorgantes, todos, por imperativo legal, serão solidariamente responsáveis para com o mandatário, por todos os compromissos (despesas com reembolso, a título de indenização, ou pela própria remuneração) e efeitos do mandato. Configura-se, no caso, a hipótese de solidariedade legal, cuja repercussão prática é a de que o mandatário, querendo, poderá exigir de um deles apenas o cumprimento dos deveres do mandato, seja total, seja parcialmente. Em se acionando um deles para efetuar o pagamento integral, liberam-se os demais.
Contudo, aquele que vier a adimplir as obrigações terá ação regressiva, pela quantia paga, contra os outros que permaneceram inertes, para receber, de cada um, a parte que lhe couber, reavendo a quantia desembolsada, excluída apenas a sua cota-parte. (Direito Civil - doutrina, Ricardo Fiuza – comentários ao art. 680, p. 365, apud Maria Helena Diniz Código Civil Comentado já impresso pdf 16ª ed., São Paulo, Saraiva, 2.012, pdf, Microsoft Word. Acesso em 30/09/2022, corrigido e aplicadas as devidas atualizações VD).
Segundo entendimento de Cláudio Luiz Bueno de Godoy, apud Código Civil Comentado, comentários ao art. 680, p. 695, apud Doutrina e Jurisprudência: Da mesma forma que se possibilita seja o mandato concedido a mais de um mandatário, como se viu nos comentários ao art. 672, o contrato pode implicar diversa pluralidade subjetiva, quando outorgado por mais de uma pessoa, assim concorrendo mais de um mandante. Pois o dispositivo em comento, na mesma esteira do que já fazia o art. 1.314 do CC/1916, cuida da responsabilidade de cada qual dos mandantes, perante o mandatário, que se institui solidária quando a outorga for para a consumação de negócio comum. Ou seja, excepcionalmente, cada mandante responderá, não pela sua quota-parte, como é a regra, mas pela totalidade dos encargos devidos ao mandatário, ou aos mandatários, sempre que o mandato tiver sido concedido num mesmo instrumento e para a execução de um negócio comum, de interesse comum de todos os outorgantes, assim solidários. Isso porquanto, se há mandatos instrumentalizados em separado, por atos diversos, isto é, concedidos separadamente por cada mandante, mesmo que para negócio comum, as relações contratuais são individualizadas e, assim, terá o mandatário a ação que lhe competir contra cada qual de seus contratantes. De igual maneira, posto seja um só o instrumento do mandato, se outorgado por vários mandantes, mas para negócios a cada um deles afeto, então também haverá relações individualizadas. Destarte, apenas se um só for o instrumento e comum o negócio para o qual outorgado o mandato por mais de uma pessoa é que haverá a solidariedade.
A responsabilidade solidária dos mandantes, imposta pelo preceito em comento, abrange tudo quanto seja devido ao mandatário, em razão da execução do mandato. Abarca, pois, o direito do mandatário à remuneração, ao reembolso de despesas, aos juros acaso devidos (art. 677) ou à recomposição das perdas sofridas. Mas essa solidariedade se impõe tão somente na relação interna entre os mandantes e o (s) mandatário (s). Vale dizer, a solidariedade não se estabelece na relação externa, dos mandantes diante de terceiro com quem o mandatário haja negociado.
Impende não olvidar que a solidariedade não se presume, decorrendo necessariamente de lei ou da vontade das partes (art. 265). E, no caso, a lei apenas estabelece a solidariedade dos mandantes, cumpridos os requisitos já examinados, perante o mandatário. Não, destarte, perante terceiros, salvo declaração de vontade, ou seja, se outorgados ao mandatário poderes para assunção de obrigação solidária dos mandantes. (Cláudio Luiz Bueno de Godoy, apud Código Civil Comentado, comentários ao art. 680, p. 695, apud Doutrina e Jurisprudência: Lei n. 10.406, de 10.02.2002. Coord. Cezar Peluso – Vários autores. 4ª ed. rev. e atual. - Barueri, SP: Manole, 2010. Acessado em 30/09/2022, corrigido e aplicadas as devidas atualizações VD).
Em artigo intitulado “Apostila de direito civil. Contrato de mandato”, Cláudia Mara de Almeida Rabelo Viegas, em publicação no site jusbrasil.com há três anos, exibe magistralmente as várias espécies de mandatos. E se destaca nosso dispositivo em estudo:
Mandato plural - quando há mais de um mandante e/ou mais de um mandatário. Essa situação é descrita pela doutrina como “mandato com estrutura subjetiva complexa”. A possibilidade de pluralidade de mandatários está prevista no Art. 672 CC, já a possibilidade de pluralidade de mandantes está prevista no Art. 680 CC. Ocorre que, com a pluralidade de partes no contrato pode ocorrer conflitos de acerca da parcela de competência que cada parte está investida. Nesse sentido, a doutrina divide o mandato plural em: simultâneo; conjunto; ou sucessivo. (Cláudia Mara de Almeida Rabelo Viegas, em publicação no site jusbrasil.com há três anos, artigo intitulado “Apostila de direito civil. Contrato de mandato”, comentários ao art. 680, acessado em 30/09/2022, corrigido e aplicadas as devidas atualizações VD).
Art. 681. O
mandatário tem sobre a coisa de que tenha a posse em virtude do mandato,
direito de retenção, até se reembolsar do que no desempenho do encargo
despendeu.
Seguindo as
apreciações cronológicas no Direito Civil - doutrina, Ricardo Fiuza – comentários ao art. 681,
p. 365-366, apud Maria Helena Diniz Código Civil Comentado, tem-se que: Da mesma forma que ao mandante, também
se confere direito de retenção ao mandatário, só que com uma amplitude menor do
que o da legislação comercial, que estende o jus retentionis a tudo quanto seja devido ao mandatário em razão do
mandato, inclusive a remuneração e o pagamento por perdas e danos. Na
legislação civil, porém, tal privilégio se restringe, tão-somente, aos gastos
empreendidos pelo mandatário no desempenho do mandato (RT 134/145).
Em última análise, ao mandatário civil se imputa o privilégio de assegurar, simplesmente, o reembolso do montante antecipadamente pago, para suprir as deficiências do mandato ou conservar a coisa, ou daquelas quantias despendidas na execução do mesmo, como corolário natural do seu desenvolvimento, acrescidas dos juros que lhe correspondem. Na realidade, o legislador, com tal previsão, apenas buscou enaltecer a velha máxima, segundo a qual o direito que expressa um privilégio há de ser exercitado restritivamente, ou seja, dentro dos estritos limites do preceito que o instituiu. (Direito Civil - doutrina, Ricardo Fiuza – comentários ao art. 681, p. 365-366, apud Maria Helena Diniz Código Civil Comentado já impresso pdf 16ª ed., São Paulo, Saraiva, 2.012, pdf, Microsoft Word. Acesso em 30/09/2022, corrigido e aplicadas as devidas atualizações VD).
Relembrando comentários alhures da apreciação de Cláudio Luiz Bueno de Godoy, apud Código Civil Comentado, comentários ao art. 681, p. 695-696, apud Doutrina e Jurisprudência justifica:
Já se viu nos comentários ao art. 664,
supra, que o mandatário tem, hoje, sobre o objeto da operação que lhe foi
cometida, direito de retenção até pagamento de tudo o que lhe for devido em
consequência do mandato. Sucede que, no preceito em comento, o Código Civil de
2002 repete a atribuição de direito de retenção ao mandatário, mas agora, de um
lado, estabelecendo que ele incide sobre a coisa de que tenha o outorgado a
posse cm virtude do mandato e, de outro, ressalvando que para garantia e até
reembolso do que no desempenho do encargo se despendeu.
Ou seja, o art. 1.315 do CC/1916, que
estatuía o direito de retenção do mandatário, foi como que separado no Código
Civil de 2002 em dois artigos, o 664 e o 681. Ou, se se preferir, enquanto o
art. 664 reproduziu o art. 156 do Código Comercial, o art. 681 reproduziu o
art. 1.315 do CC/1916, adequando sua redação, eis que neste se mencionava
retenção sobre o objeto do mandato, como já se disse no comentário do art. 664
sempre a prestação de um fato, não necessariamente com objeto tangível, por
isso que agora aludindo-se à coisa de que o mandatário tenha a posse em virtude
de mandato.
Mas, de qualquer sorte, criou-se, no
Código Civil de 2002, o que se considera ser dicotomia indevida no tratamento
do direito de retenção do mandatário, em dois artigos distintos. No art. 664,
instituiu-se direito de retenção para garantia de pagamento de tudo quanto for devido
ao mandatário, em consequência do mandato. Já no art. 681, o direito de
retenção envolve garantia mais restrita, eis que apenas assegura o reembolso das
despesas enfrentadas pelo mandatário no cumprimento do encargo, assim não, por
exemplo, a eventual remuneração a que faça jus. Veja-se que, tal qual se
expendeu nos comentários ao art. 664, era já uma crítica que se fazia ao
CC/1916, quando, em seu art. 1.315, restringia a retenção à garantia do
reembolso de despesas. Melhor, afirmava-se, era a regra do art. 156, de que
ausente igual limitação.
Pois após ter o Código Civil de 2002, no
art. 664, estendido a retenção, como na legislação comercial, no artigo
presente volta a repetir a limitação do Código revogado. Fá-lo assentando uma
diferenciação que, reputa-se, não se justifica. Assim porquanto, no art. 664,
assenta-se direito de retenção a ser exercido sobre o objeto da operação, do
negócio principal cometido ao mandatário, mercê do contrato preparatório de mandato.
Já no art. 681, o direito de retenção se exerce sobre coisa de que o mandatário
tenha a posse em virtude do mandato, mas não por ser o objeto da operação principal,
do negócio para cuja consumação foram outorgados poderes, o que faria aplicável
o art. 664.
Só resta, então, concluir que a coisa de que o mandatário tenha a posse em virtude do mandato, conforme previsão do preceito em comento, seja aquela pertencente ao mandante, entregue para a consumação do negócio principal, e não recebida em razão dele, de resto cuja possibilidade se discutia já na vigência do CC/1916 (v. g., Carvalho Santos, J. M. Código Civil brasileiro interpretado, 5. ed. Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1952, v. XV III, p. 297), o que agora, portanto, se deve admitir viável. Melhor, porém, ao que se crê, teria sido o tratamento unificado e abrangente da retenção com aplicação do art. 664, destarte incidindo, para garantia de tudo quanto devido ao mandatário em razão do mandato, quer sobre coisa objeto da operação principal, quer sobre coisa recebida do mandante para execução do encargo. (Cláudio Luiz Bueno de Godoy, apud Código Civil Comentado, comentários ao art. 681, p. 695-696, apud Doutrina e Jurisprudência: Lei n. 10.406, de 10.02.2002. Coord. Cezar Peluso – Vários autores. 4ª ed. rev. e atual. - Barueri, SP: Manole, 2010. Acessado em 30/09/2022, corrigido e aplicadas as devidas atualizações VD).
No ritmo de Luís Paulo Cotrim Guimarães e Samuel Mezzalira et al, apud Direito.com,
nos comentários ao CC 681, o dispositivo confere ao mandatário o direito de reter para si
bem que esteja em sua posse em razão do descumprimento do mandato até que o
mandante o reembolse pelas quantias despendidas no cumprimento do mandato. Apesar
da redação mais restrita, o direito de retenção deve ser reconhecido,
igualmente, para recebimento da remuneração ajustada, uma vez que, tanto quanto
o reembolso de despesas, cuida-se de crédito decorrente do próprio mandato. (Luís Paulo
Cotrim Guimarães e Samuel Mezzalira et al, apud Direito.com, nos comentários ao CC 681,
acessado em 30/09/2022, corrigido e aplicadas as devidas atualizações VD).
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