1.
FILOSOFIA
CRISTÃ
1.1. Santo
Agostinho
O LIVRE ARBÍTRIO
- Expondo o pensamento filosófico de Agostinho na
obra “O Livre Arbítrio”, procuraremos desenvolver os temas relacionados ao mal
moral, o abuso da vontade, o livre-arbítrio e a liberdade humano;
- Seguindo as linhas gerais do pensamento
agostiniano. Estes temas são tratados no “O Livre-Arbítrio”, nos livros I e II;
- O autor apresenta o problema do mal sobre dois
pontos de vista, o metafísico-ontológico e o mal moral;
- Sob o ponto de vista metafísico-ontológico, o mal não existe, ou seja, ele é um não-ser,
mais precisamente a privação do bem, sendo que Deus é o criador de todas as
coisas e sumariamente bom, Ele jamais criaria algo que não fosse o bem;
- Declara Agostinho: “Pois bem, se sabes e acreditas que Deus é bom – e não nos é permitido
pensar de outro modo – Deus não pode praticar o mal”;
- Desta forma, o pensador africano nos coloca uma
questão: Quem é o autor do mal?
- Segundo Agostinho não existe um único autor do
mal, mas todos os que praticam uma má-ação, e vai mais além, que toda ação má
voluntária é punida pela Justiça de Deus, sendo assim, a prática do mal depende
do ato livre e também não pode ser ensinado, porque para ele é evidente que o
ato de instruir é sempre um bem.
- O bispo de Hipona esclarece: “Assim, será impossível o mal ser objeto de
instrução. Caso fosse ensinado estaria contido no ensino e desse modo a
instrução não seria um bem. Logo o mal não se aprende.”
2.
QUESTÕES
2.1. Como as
transformações históricas do período helenista alteraram o sentido da Filosofia
grega?
- Nesse período chegam ao fim a política e a esfera
pública, bem como os debates em praça pública, que eram o principal combustível
da filosofia, as cidades gregas passam a viver sob a tirania. Assim, a
filosofia deixa de construir grandes especulações teóricas, pois o fim da vida
política e da liberdade traz um empobrecimento teórico e a filosofia se volta
para a consolação e à autoajuda. Neste contexto, coloca-se a felicidade
individual no centro das análises filosóficas.
2.2. Como o epicurismo entende a felicidade?
- A felicidade é a questão central desta filosofia
que acredita que em qualquer circunstância o homem deve construir a sua
felicidade. A felicidade é a ausência de dores no corpo e de perturbação na
alma, e para atingir esta felicidade o homem só precisa de si mesmo. A
felicidade não depende da nobreza, da riqueza e das conquistas exteriores, pois
esta busca gerar inquietação da alma. Assim, a felicidade é um estado de
tranquilidade da alma, e o homem só é feliz quando é autônomo e independente dos
condicionamentos exteriores.
2.3. Como o
epicurismo analisa a função dos sentidos ou sensações?
- Os sentidos são os mensageiros da verdade. Por
ser produzida pela realidade, toda sensação (aquilo que afeta os sentidos) é
objetiva e verdadeira, além disso, a sensação é sempre produzida por alguma
coisa. A sensação colhe o ser essencial de modo infalível.
2.4. Como o
epicurismo define as representações mentais?
- Todas as ideias, pensamentos e conceitos, vêm de
representações que partem de fora para dentro. Assim, as representações mentais
são a memória daquilo que vem do exterior, isto é, a experiência deixa na mente
uma impressão das sensações passadas, e essa impressão permite conhecer as
coisas.
2.5. Em que termos o epicurismo define o bem e o
mal?
- São os sentimentos de prazer e dor que permitem
distinguir o bem e o mal. O bem é tudo aquilo que proporciona prazer; e o mal é
tudo aquilo que proporciona dor. Mas não se trata de uma filosofia hedonista,
pois a busca do prazer deve obedecer a razão e o bom senso. O prazer é a
ausência de dor no corpo e a falta de perturbação na alma. A dor é efetivamente
aquilo que perturba a alma e traz sofrimento ao corpo.
2.6. Quais os tipos de prazer e o seu
significado no epicurismo?
- O prazer não se trata de dissipação e torpeza,
trata-se do prazer segundo o sóbrio raciocinar, é o prazer escolhido com
sabedoria. Há três tipos de prazer: Os prazeres Naturais e Necessários, como é
o caso de comer quando se tem fome e repousar quando se está cansado; os
Prazeres Naturais e Não Necessários, como é o caso de comer bem e vestir-se com
apuro; os Prazeres Não Naturais e Não Necessários, que são prazeres vazios,
baseados em opiniões falsas, dentre os quais, o desejo de riqueza, poder e
honras. Estes prazes produzem perturbações da alma e não aliviam a dor do
corpo.
2.7. Qual a visão do epicurismo sobre a morte?
- A morte só é um mal para quem não tem uma visão
adequada sobre ela, ela é simples dissolução do composto alma e também a
simples dissolução do composto corpo. A morte não é nada e deve ser encarada
sem pavor, pois quando chega, nada sentimos, e enquanto não chegada não é real.
2.8. Qual ao
visão do epicurismo sobre a política?
- A política é a busca do poder, da fama e da
riqueza. Ela é uma enganosa miragem, tão vazia quanto a fama e a riqueza, e
desperta o lado sombrio do homem. Neste sentido, a vida pública não enriquece o
homem, mas o dispersa e o dissipa, a vida política não é natural, causa
perturbação da alma, dores no corpo, e compromete a felicidade. Assim, o homem
é individualizado. “Retira-te para dentro
de ti mesmo, porque a coroa da serenidade é superior à coroa dos grandes
imperadores”.
2.9. Qual
a visão do epicurismo sobre a amizade?
- A amizade é o maior dos prazeres, laço verdadeiro
que une as pessoas pela simpatia. Forma mais sublime de amor na qual enxerga-se
o outro como a si mesmo. “De todas as
coisas que a sabedoria busca, em vista de uma vida feliz, o maior bem é a
conquista da amizade”.
2.10.
Como se produz o conhecimento para os
estoicos?
- A base de conhecimento é a sensação, aquilo que
afeta os sentidos. Nestes termos, sensação é uma impressão provocada pelos
objetos sobre nossos órgãos sensoriais, e que se transmite à alma, nela se
imprimindo e gerando a representação. É preciso, porém, um consentir, um aprovar
do logos que está em nossa alma, ou seja, a razão atua sobre nosso conhecimento.
2.11.
Comente os três fundamentos da física estoica
- Os fundamentos nos quais se baseia a física
estoica são: 1. Deus penetra toda a realidade, ele é inteligência, alma e é
natureza; trata-se de um Deus que é Natureza e razão, que está em tudo. 2. O
ser é corpo, o ser é aquele que tem a capacidade de agir e sofrer, ser e corpo
são idênticos. 3. Assim, a física estoica é um Materialismo monista em oposição
ao dualismo metafísico de Platão.
2.12.
Como o estoicismo define o ser?
- O ser é corpo. Aquele que tem a capacidade de
agir e sofrer. Ser e corpo são idênticos.
2.13.
Como o estoicismo entende Deus?
- Deus está em tudo e penetra toda a realidade, ele
não é um ser espiritual, mas penetra toda a humanidade, ora é natureza, ora é
água, ora é fogo, ora é terra.
2.14.
Como se alcança a felicidade no estoicismo?
- A felicidade é alcançada vivendo-se de acordo com
a natureza.
2.15.
O que é viver segundo a natureza no
estoicismo?
- É viver de acordo com a razão e tendo-se
sabedoria e virtude. Para isto é necessário: 1. Conservar-se a si mesmo. 2.
Apropriar-se do próprio ser e de tudo que é necessário para a sua conservação.
3. Conciliar-se consigo mesmo, saber o que você é, possuir autocrítica e conciliar-se
com as coisas que são conforme sua essência. Assim, aceitar os sofrimentos e
vicissitudes sem se perturbar.
2.16.
Como o estoicismo define o bem e o mal?
- O Bem é o que conserva e incrementa a razão; o
Mal é o que danifica e enfraquece a razão.
2.17.
Qual a relação entre sabedoria e virtude no
estoicismo, o que significa?
- A sabedoria e a virtude tornam o homem mais
feliz. Significam erradicar e eliminar todas as paixões; tornar-se sereno e
indiferente aos sofrimentos impostos pelo destino. Trata-se de Apatia Estoica:
elimina-se toda a piedade, compaixão e misericórdia, pois estes são defeitos e
vícios da alma. O sábio não se comove em favor de quem quer que seja; não é
próprio do homem forte deixar-se vencer pela piedade e afastar-se da justa
severidade.
2.18.
Explique a relação entre Filosofia Cristã e a
Filosofia Grega, o que esta atitude significa?
- A Filosofia Cristã assimila muito da Filosofia
Grega, mas ao mesmo tempo procura superá-la. Isto, pois a Filosofia Grega
tentava conhecer as realidades metafísicas, ou seja, as verdades primeiras e
últimas, por meio das ciências discursivas, da racionalidade; ao passo que os
filósofos cristãos afirmam que a razão humana não alcança a verdade. O
conhecimento pleno da verdade, para os cristãos só é possível por meio da
revelação divina.
2.19.
Porque a Filosofia Cristã considerava a si
mesma como superação e complementação da Filosofia Grega?
- Para os filósofos cristãos, a Filosofia Grega é
uma preparação para esta revelação divina. A revelação de Jesus Cristo clareia
e explica os problemas da Filosofia Grega (o que é o bem, o amor, a justiça, a
felicidade etc.), indo além da razão. A Filosofia Cristã tenta conciliar a fé e
a razão.
2.20.
Quais são os sentidos do Logos para Clemente
de Alexandria?
- O Logus possui três sentidos: 1. É o princípio
criador do mundo. 2. O princípio de toda forma de sabedoria que inspirou os
profetas e os filósofos. 3. O princípio da Salvação.
2.21.
Como Santo Agostinho define a fé?
- Para Agostinho a fé é um modo de pensar
assentido.
2.22.
Como a fé se relaciona com a inteligência em
Santo Agostinho?
- A inteligência é a recompensa da fé, ao mesmo
tempo em que a fé aumenta a inteligência. Deste modo os dois são inseparáveis.
A fé é um dom que se alcança mediante a graça divina. Porém, a fé não substitui
nem elimina a inteligência. Fé e razão são complementares.
2.23.
Comente: “Crer para entender e entender para
crer”.
- Significa que ao compreender a miséria humana (o
homem é miserável, sofrido e finito), assim como a necessidade de salvação, o
homem passa a crer, e a partir daí ele começa a entender, o que faz com que ele
creia ainda mais, formando um círculo.
2.24.
Qual o vínculo de Santo Agostinho com Platão
e como isso se reflete na sua filosofia?
- Na filosofia de Agostinho há um diálogo constante
com Platão. A ideia de Platão de que o homem é um corpo que se serve de uma
alma é crucial para o pensamento de Agostinho, que faz uma navegação pelo reino
da alma partindo desta inspiração em Platão.
2.25.
Explique a metafísica da interioridade de
Santo Agostinho
- O objetivo da reflexão de Agostinho é o Eu interior. Para este filósofo Deus,
além de ser uma realidade transcendente é uma realidade interna, gravada na
alma humana. A alma é esta chama divina dentro de nós, mas que costuma estar
encoberta pelas paixões, vícios e desejos humanos, que são carnais e materiais.
Assim, há um dilaceramento e necessidade de iluminação interior, que se alcança
sublimando as paixões.
2.26.
Compare os caminhos lógico e alógico no
processo de iluminação interior em Santo Agostinho:
- O caminho lógico é o da reflexão e da
inteligência (que é uma das partes da alma); o conhecimento é extraído do
próprio interior do homem, ou seja, a alma extrai DELA MESMA TODA IDEIA; O
CONHECIMENTO DAS IDEIAS LEVA AO CONHECIMENTO DA VERDADE E AO ALCANÇAR A VERDADE
O HOMEM TAMBÉM ALCANÇA Deus; porém este caminho não é uma simples operação
intelectual, o abandono dos sentidos é um pré-requisito fundamental, pois só a
parte superior da alma tem conhecimento das ideias, da verdade e de Deus. O
caminho alógico é o caminho do amor (parte sensível da alma); é uma operação de
iluminação íntima da sensibilidade; o amor é o senso da união que busca a
bondade e a beleza. Esta iluminação se desenvolve com o amor Cáritas.
2.27.
O que
significa conhecer a si mesmo em Santo Agostinho?
- Significa conhecer-se como imagem de Deus. Neste
sendo, o nosso pensamento é recordação de Deus e o conhecimento que encontra é
uma recordação da imagem de Deus. Deus é o que há de mais profundo na alma
humana.
2.28.
Compare o amor Cáritas ao amor Cupíditas:
- o amor Cáritas é o desejo de unidade com o
semelhante, procurada de forma espontânea, altruísta e generosa, dedicada a
Deus e aos homens em função de Deus. O amor Cupíditas é o amor pelas coisas
materiais, dedicado àquilo que é transitório e a si mesmo.
2.29.
Como estão vinculadas as Leis Eternas,
natural e humana? Explique cada um desses termos de Santo Thomas de Aquino:
- As Leis Eternas são o plano racional de Deus e a
ordem do universo, das quais emanam as Leis Naturais, gravadas a razão, que
ordenam fazer o bem (viver em sociedade, conservar-se e conhecer a verdade) e
evitar o mal, porém, como o homem é dominado por vícios e paixões,
constantemente procura o mal e evita o bem; para reprimir isto existe as Leis
Humanas, cujo papel é fazer o homem seguir as leis da natureza; para isso elas
tem poder coercitivo.
2.30.
Como Santo Thomas de Aquino define a Justiça?
- Há dois tipos de justiça, a comutativa, que
existe no intercâmbio de duas pessoas e a distributiva, que distribui na
comunidade os bens de modo proporcional. Para Santo Thomas a justiça é a
disposição de se atribuir a cada um o seu direito.
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