LEITURA
EMOCIONAL - VARGAS DIGITADOR
É a leitura subjetiva, que nos empolga, liberando emoções e
dando asas à nossa fantasia. Entregamo-nos de corpo e alma ao universo criado
pelo autor, seja ele imaginário ou real, viajando no tempo e no espaço,
experimentando prazer ou angústia. Nós nos colocamos no lugar do narrador ou de
alguma personagem, na situação em que esta se encontra, e nos solidarizamos com
seus sentimentos e atitudes. Durante esse processo de identificação,
participamos da vida afetiva alheia e liberamos emoções que, muitas vezes, não
nos permitimos ter na vida real. É o que acontece quando lemos um romance
interessante ou assistimos a uma novela na TV.
Nesse tipo de leitura, o único critério de avaliação usado
é o do gosto: gostamos ou não de um texto, dependendo de motivos pessoais ou de
características do texto que não são definidas.
Durante o processo da leitura emocional, algo acontece ao
leitor, que sofre, se angustia e se alegra com as situações apresentadas no
texto. Tudo isso faz com que o leitor possa se distrair. Mas distrair-se,
escapar da realidade imediata, não significa, necessariamente, fugir,
alienar-se, ou seja, negar-se a viver os problemas do dia-a-dia e a
solucioná-los. Mesmo o texto no qual nos jogamos emocionalmente pode nos
intervalos da leitura ou ao seu final, facilitar o estabelecimento de relações
entre a nossa vivência, o nosso mundo e aquele mostrado no texto.. ao fazer
isso, estaremos não só atribuindo significados ao texto lido, mas, também, à
nossa vida e à nossa realidade. Estaremos, então, fazendo uma dupla leitura: a
do texto e a da nossa própria realidade.
(Revivendo Maria Lúcia de
Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins em Temas de FILOSOFIA – Editora Moderna – São Paulo, 1992.
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