1.
O
DIREITO E O MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO – KARL MARX
- Marx utiliza a dialética materialista como
método;
- Não se pode misturar a teoria e os estudos de
Marx com seu engajamento político;
- Além disso, não se pode ignorar o lado humanista
dele;
- Marx é extremamente otimista e acredita que as
coisas estão mudando para melhor (o que era comum na 1ª metade do séc. XIX);
- Marx acredita que o homem tem a vocação de
construir-se a si mesmo;
- Para ele a essência do homem está no trabalho
(trabalho criativo que lhe traga alguma realização);
- Só o homem constrói o mundo em sua cabeça, e depois constrói o
mundo real, para melhor ou para pior.
- Marx não acredita que as relações jurídicas ou as
formas de Estado possam ser entendidas de uma maneira autorreferente, sem que
se observem os fatores exteriores a elas mesmas e além de suas próprias
características. Além disso, Marx não acredita que estas possam ser explicadas
pela suposta evolução do homem, como se as atuais relações jurídicas e formas
de Estado fossem mero resultado de um processo evolutivo. De maneira oposta
Marx vê suas raízes nas condições materiais de existência.
- Não se pode entender o Direito estudando só o
Direito;
- A evolução geral do espírito humano é a crença em
uma suposta evolução do homem que necessariamente cairia na criação do Estado e
do Direito.
- Essas condições materiais são as condições de
produção, a estrutura de relações de produção que formam a base econômica de
uma sociedade, é a organização dos meios necessários para a sobrevivência de
uma sociedade;
- Marx critica o pensamento dos ingleses e franceses
do séc. XVIII, pois estes utilizavam o método idealista, que é oposto à
dialética materialista de Marx. Os contratualistas baseavam toda a sua teoria
em ideias não comprovadas em mitos, enquanto Marx busca evidências reais
materiais para estruturar a sua teoria;
- O campo de investigação da economia política é a
sociedade e a maneira como essa organiza nas relações de produção e
administração dos seus bens;
- As relações de produção correspondem a certo grau
de desenvolvimento de suas forças produtivas materiais, pois conforme a
sociedade, adquirem a capacidade de explorar novas possibilidades, e novos
recursos materiais que determinam as relações de produção;
- As relações de produção constituem a estrutura
econômica da sociedade, pois a maneira como os bens necessários para a sua
sobrevivência são produzidos, e os papéis que deverão ser desenvolvidos, como
deve ser dividido o trabalho e as classes econômicas sociais etc.;
- A Infraestrutura econômica é a base real sobre a
qual se forma uma superestrutura jurídica e política, necessariamente, uma vez
que o modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social
política e intelectual em geral quando, por exemplo, nós temos uma estrutura
econômica capitalista e burguesa, o direito também passa a ser um direito
burguês, privilegiando a propriedade e defendendo a igualdade jurídica, mas a
desigualdade de fato.
- Toda sociedade se organiza para produzir os bens
necessários para a sua existência. Ainda assim, cada sociedade se organiza de
uma maneira diferente;
- O sistema econômico determina todo o resto e é
preciso entendê-lo para entender a sociedade;
- É o sistema econômico que cria o direito, o
estado, a arte, a religião, a ciência etc., para sustentar-se e manter-se no
poder;
- A produção social na qual nascemos é independente
de nossa vontade;
- Os sistemas econômicos não são imutáveis, eles
mudam conforme o tempo, mas demora muito;
- A lógica do capitalismo, é a que se deve pegar o
trabalho social e dividi-lo em diversas tarefas. Este sistema tem por
característica, o acúmulo de capital, e nele, aquele que detém as riquezas
também detém os meios de produção e compram o trabalho daqueles que não tem.
- De modo diferente, no feudalismo o homem era
responsável pelo trabalho (todo) necessário para o seu sustento.
- Essas relações determinam toda a estrutura
ideológica para dar sustentação aos sistemas econômicos;
- O sistema econômico determina como será o Estado.
- Segundo Marx “não é a consciência dos homens que
determina seu ser; mas, ao contrário, é o seu ser social que determina sua
consciência”. Isto, pois como já foi explicado, são as estruturas econômicas
que determinam as bases ideológicas da sociedade, e da mesma maneira são elas
que limitam, de acordo com os seus interesses e com o papel social desenvolvido
pelos homens, aquilo que um homem pode ou não ser, saber, pensar ou fazer,
aquilo que é certo, ou aquilo que é bom para aquele homem.
- Marx nos explica que todo sistema econômico traz
dentro de si a semente de sua destruição. Até um determinado momento as forças
produtivas e as relações de produção funcionam em cooperação, até o momento em
que surge uma contradição com relação aos meios de produção;
- Quem nós somos na sociedade determina até onde
poderemos desenvolver nossa nacionalidade;
- O sistema econômico determina quem somos e o que
podemos pensar;
- Para Marx, quando o explorador tirasse o máximo
do trabalhador, que este não suportasse mais, o capitalismo implodiria. No
entanto, Marx, não podia prever as mudanças do capitalismo;
- Marx nos explica que é importante, quando há um
momento de transformação na base econômica, saiba-se diferenciar as mudanças
nas condições de produção, que são de fácil percepção e que são um fator
principalmente material; e a estrutura ideológica, que contém toda a
justificação de uma dada estrutura econômica, e somente com o estudo destas
estruturas ideológicas, é que se pode tomar consciência dos conflitos
existentes numa base econômica, e desta consciência, e somente dela é que
pode-se determinar o fim dos conflitos;
- É preciso analisar os tempos de mudança, não pelo
conhecimento que eles tem de si próprios, mas pelos conflitos que existem na
vida material, afinal, as próprias bases ideológicas e o conhecimento estão
voltados para a justificação da base econômica, de maneira que precisa-se
estudar o funcionamento prático deste3 sistema e neste estudo material entender
quais são as contradições nele existentes.
- Só observando a estrutura ideológica é que se
percebe a relação com a estrutura econômica;
- Daí, e apenas daí, na fase de transformação,
pode-se perceber os conflitos entre essas estruturas e tomar consciência delas.
- Marx nos explica a ideia de que o mundo não é um
complexo de coisas acabadas, mas de processos que passam por uma constante
transformação. Essa análise dialética das coisas precisa mais do que ser apenas
afirmada, aplicada na realidade;
- Ele nos explica que para a dialética nada é
absoluto, ela afirma justamente o contrário pois tudo encontra-se em um
processo transitório, cada conclusão a que se chegue não é nada mais do que uma
nova teoria a ser testada, em uma ascensão sem fim.
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